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Mulheres vítimas de violência doméstica: seus direitos a benefícios do INSS

  • Foto do escritor: Ana Claudia Cardoso
    Ana Claudia Cardoso
  • 21 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de nov.

mulheres com as mãos juntas

A violência doméstica deixa marcas que nem sempre aparecem no corpo.

Ela afeta o emocional, o psicológico e muitas vezes tira da mulher a sua segurança e o sustento da família.

Mas o que muita gente não sabe é que existem formas de proteção também no campo previdenciário e assistencial.

O INSS oferece benefícios que podem ajudar a mulher vítima de violência a se reerguer e reconstruir a própria vida com dignidade.


A proteção constitucional e social da mulher

A Constituição Federal de 1988 é muito clara ao afirmar que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres.

Ela também coloca a dignidade da pessoa humana como um dos pilares do nosso país e determina que o Estado deve proteger a família, a maternidade e a infância, além de combater a pobreza e as desigualdades sociais.


Tudo isso forma a base da proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade.

A Lei Maria da Penha reforçou esses direitos, garantindo medidas protetivas, o afastamento do agressor e o acesso a políticas públicas de acolhimento.


Além dessa proteção jurídica, a mulher também tem direitos no campo social e previdenciário, por meio dos benefícios do INSS.

Esses direitos são fundamentais para garantir amparo financeiro e emocional em um momento tão delicado.


Direitos previdenciários e assistenciais no INSS

Dependendo da situação, da gravidade da violência e do vínculo da mulher com a Previdência, é possível ter acesso a diferentes tipos de benefícios.


  1. Auxílio por incapacidade temporária

Quando a violência causa lesões físicas ou traumas psicológicos que impedem a mulher de trabalhar, ela pode ter direito ao auxílio por incapacidade temporária.

Esse benefício é pago a quem comprova, com laudo médico, que está temporariamente incapaz de exercer suas atividades.

A incapacidade pode ser tanto física quanto emocional, como casos de depressão, ansiedade ou estresse pós-traumático.


  1. Benefício por incapacidade permanente

Se as consequências da violência forem graves e impossibilitarem o retorno ao trabalho, a mulher pode ter direito ao benefício por incapacidade permanente, que substituiu a antiga aposentadoria por invalidez.

Esse benefício é concedido quando a perícia médica do INSS comprova que não há condições de reabilitação.

Ele garante estabilidade financeira e o suporte necessário para quem precisa de um novo começo.


  1. Salário-maternidade

Mulheres vítimas de violência sexual que resultou em gestação também têm direito ao salário-maternidade, sem qualquer tipo de discriminação.

Esse direito vale inclusive para seguradas desempregadas que ainda mantenham a qualidade de segurada perante o INSS.

É uma forma de acolhimento que protege a mãe e o bebê em um momento tão sensível.


  1. Reabilitação profissional

Quando a violência deixa limitações permanentes, o INSS oferece um programa gratuito de reabilitação profissional.

Ele ajuda a mulher a se preparar para uma nova atividade, com acompanhamento médico e psicológico.

Ao final do processo, é emitido um certificado que permite o acesso a vagas de emprego pela Lei de Cotas.

É uma forma de reconstruir não só a vida financeira, mas também a autoestima.


  1. Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS)

Mulheres em situação de vulnerabilidade extrema, que não conseguem se sustentar e nem contar com o apoio da família, podem solicitar o Benefício de Prestação Continuada, conhecido como BPC ou LOAS.

Esse benefício garante um salário mínimo por mês e é destinado a pessoas com deficiência ou idosas com 65 anos ou mais.

O mais importante: não é necessário ter contribuído para o INSS para receber.


Como pedir os benefícios

Os pedidos podem ser feitos de forma simples, pelo portal Meu INSS (gov.br/meuinss) ou pelo telefone 135.

É importante reunir os seguintes documentos:

  • RG, CPF e comprovante de residência

  • Boletim de ocorrência ou decisão judicial, se houver

  • Laudos médicos e psicológicos


Documentos que comprovem o vínculo de trabalho e as contribuições

Se o pedido for negado, é possível apresentar um recurso administrativo. Esse recurso é gratuito e deve ser feito em até 30 dias após o indeferimento.


Um direito que ajuda a recomeçar

A proteção previdenciária e assistencial para mulheres vítimas de violência doméstica é mais do que uma ajuda financeira.

É uma forma de garantir dignidade, segurança e a chance de recomeçar sem medo.


Esses benefícios são expressões concretas dos valores da nossa Constituição: igualdade, solidariedade e justiça social.

Toda mulher merece viver com liberdade e paz.

E quando a violência tenta tirar isso, o direito social existe para devolver o essencial: a esperança de uma nova vida.

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